Cheia nos rios Jacuí, Taquari e Caí ameaça elevar rapidamente nível do Guaíba em Porto Alegre

Chuvas intensas reacendem alerta de enchente em Porto Alegre e região

Choveu forte nos últimos dias em praticamente todo o Rio Grande do Sul, e quem mora perto dos rios já sente o impacto. O Guaíba, ponto central para o desague das águas de vários rios, está sob vigilância mais uma vez. Estações de monitoramento como o Cais Mauá, em Porto Alegre, registraram o Guaíba a 1,31 metro no dia 18 de junho, bem abaixo da cota de cheia para as ilhas (2,20 m) e do limite de transbordamento (3,00 m). Mas não dá para respirar aliviado.

O principal temor é o acúmulo de águas vindas da bacia baixa, que inclui cidades como Cachoeira do Sul e Rio Pardo. Toda a água que cai nessas áreas desce junto para Porto Alegre, e o cenário fica tenso quando Jacuí, Taquari e Caí deixam tudo mais volumoso. Segundo a MetSul Meteorologia, essa água extra pode empurrar o nível do Guaíba para cima de forma rápida, principalmente no fim da semana. Isso liga o alerta máximo, principalmente para moradores das ilhas, Praia de Paquetá (em Canoas) e áreas próximas ao Arroio Feijó, que costuma causar dor de cabeça em épocas de cheia — gente de Alvorada e da zona norte de Porto Alegre fica sempre em atenção nessas horas.

Vulnerabilidade, expectativas e memória recente da catástrofe de 2024

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Embora os números mais recentes mostrem o Guaíba (com 1,81 metro no dia 19 de junho) ainda longe dos piores registros, quem passou pelas enchentes de 2024 não esquece como tudo piorou em poucos dias. Autoridades reforçam a ideia de que o momento é grave, mas não tão extremo quanto o ano passado, quando Porto Alegre viu sua infraestrutura simplesmente ser arrastada pela água.

Diante desse retrospecto, equipes de emergência já estão de olho principalmente nas áreas mais baixas, organizando possíveis evacuações preventivas. Não é só o Guaíba no radar: Sinos e Gravataí também apresentam fluxo forte, mas, até agora, se mantêm sem transbordamentos, o que traz um certo alívio. Porém, a experiência recente mostrou que cada cheia carrega suas próprias surpresas, então ninguém arrisca baixar a guarda cedo demais.

Moradores das ilhas já relatam preocupação com o avanço da água ao redor das casas e a dificuldade de transporte para a cidade. Quem vive perto do Arroio Feijó já sabe que basta um retrocesso na drenagem para as ruas alagarem rápido. Enquanto isso, a tensão permanece: olhares fixos nas réguas de medição, ouvidos atentos aos comunicados das autoridades, e sempre aquela mala pronta para sair de casa se o pior chegar.

E esse clima nervoso não é só para quem mora em áreas de risco — toda a cidade sente a pressão do histórico recente de catástrofes. Na prática, o tempo fechado e o barulho da chuva forte são lembretes claros de que o Guaíba ainda guarda desafios para Porto Alegre e quem vive às suas margens.

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