Na última quarta-feira, o técnico português Abel Ferreira saiu do bastidor da imprensa para abrir o jogo de forma quase teatral. Depois de uma sequência de resultados que deixou torcedores e jornalistas de cabelo em pé, o treinador se defendeu citando dois dos maiores clubes da Europa: Paris Saint-Germain e Manchester City. O ponto central? A própria história desses gigantes, que também levaram tempo para colher troféus, e ainda um ataque direto a Pep Guardiola: "Será que Guardiola está fraco agora?".
Um discurso de alerta e de paciência
Ao responder às incisivas perguntas sobre a tática do Palmeiras, Abel mostrou que não pretende mudar de postura. Ele ressaltou que a humildade ainda é o primeiro passo de qualquer projeto vencedor. "Temos que ser humildes, temos jogos que vamos ganhar e jogos que vamos perder. Do outro lado tem um time que quer ganhar. Quanto tempo o PSG levou para ganhar?" – questionou, usando o exemplo francês para ilustrar que grandes investimentos não dão resultados imediatos.
O técnico também trouxe à tona a situação de Manchester City, lembrando que o clube inglês, apesar da enorme caixa e da contratação de jogadores de primeira linha, enfrentou momentos de críticas semelhantes. A comparação serviu para mostrar que Palmeiras, mesmo sendo o grande gastador do futebol brasileiro em 2025, ainda está numa fase de construção, e que a pressão externa pode ser tão prejudicial quanto construtiva.

Investimentos e adaptação: o caso Andreas Pereira
A temporada de 2025 marcou o auge das contratações do Palmeiras. O clube, decidido a consolidar o domínio nacional e retomar a glória internacional, trouxe nomes de peso, entre eles o meia Andreas Pereira, recém-chegado da Premier League. A estreia de Pereira ainda não foi brilhante, e a imprensa local tem cobrado respostas rápidas. Abel, porém, pediu novamente paciência, afirmando que adaptação leva tempo, que o jogador precisa entender a cultura do clube e se ajeitar ao estilo de jogo.
Outros reforços também foram citados: zagueiros, laterais e atacantes que chegam com histórico de sucesso na Europa, mas que precisam lidar com a diferença de ritmo, clima e pressão da torcida palmeirense. O treinador, que tem um histórico de títulos da Libertadores e do Brasileirão, insiste que seu método de integração é o mesmo que usou nos títulos anteriores – um trabalho de confiança e compreensão mútua.
Ao mencionar o PSG, Abel não apenas apontou a demora na conquista da Liga dos Campeões, mas também destacou a estratégia de longo prazo do clube francês: investir em talentos, aguardar a maturidade e só então buscar o título. "Não dá para esperar um título amanhã porque você gastou muito. O caminho é gradual," reforçou.
O ponto de Guardiola foi uma provocação clara. O treinador do City tem sido lembrado como sinônimo de táticas refinadas e sucesso constante. Ao perguntar se o técnico espanhol está "fraco agora", Abel não só tentou desarmar a crítica, mas também alavancar seu próprio currículo, comparando sua trajetória à do mestre inglês.
Os torcedores palmeirenses, acostumados a vitórias, reagiram de forma dividida. Nas redes sociais, alguns defenderam o discurso como uma demonstração de coragem e visão de futuro, enquanto outros exigiram resultados imediatos, lembrando que o clube acabou de fazer o maior gasto da história no futebol brasileiro.
Para a imprensa esportiva, o episódio pode virar tópico de debate nos próximos dias, principalmente se o Palmeiras não conseguir reverter a fase ruim nos próximos jogos. A expectativa é que a pressão aumente, mas também que o elenco comece a render conforme os novos jogadores se adaptam ao estilo de jogo que Abel impõe.
O que fica claro é que o técnico não pretende mudar de postura. Ele quer que torcedores, jornalistas e dirigentes compreendam que até os gigantes demoram, que paciência e humildade são ingredientes essenciais e que a comparação com PSG e Manchester City serve para lembrar que o Palmeiras também está trilhando seu caminho para mais um grande feito.
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