Baixa expectativa de público marca confronto internacional
A torcida do Cruzeiro está acostumada a transformar o Mineirão em um caldeirão. Mas, para o próximo jogo da Copa Sul-Americana contra o Palestino, marcado para 14 de maio de 2025, a diretoria celeste já trabalha com números mais modestos. Após revisar os dados das últimas partidas, o clube decidiu reduzir a previsão oficial de público — uma medida que chama atenção, considerando a tradição de grandes lotações em jogos decisivos do time.
Esse novo cenário não surgiu do nada. No encontro anterior entre Cruzeiro e Palestino, realizado em 24 de abril em Coquimbo, no Chile, o clima era frio não só pela temperatura, mas também pelas arquibancadas quase vazias: apenas 3.930 espectadores assistiram à vitória chilena por 2 a 1. Para os padrões sul-americanos, o público foi bastante tímido, o que acendeu o alerta nos bastidores cruzeirenses.
No entanto, a realidade em Belo Horizonte costuma ser diferente. No Campeonato Mineiro, a semifinal diante do América-MG levou quase 39 mil torcedores ao Mineirão, mostrando o tamanho da massa azul em jogos de peso. Agora, por que o time espera menos gente justamente em uma competição internacional?
Mineirão esvaziado: limites além do futebol
Nem só de paixão vive uma torcida. A decisão do Cruzeiro de reduzir a projeção de público pode estar ligada a obstáculos que vão além do desempenho em campo. Questões como limitações de capacidade — seja por reformas, acordos com a administração do estádio ou exigências de segurança da própria Conmebol — pesam na organização dos eventos. Muitos torcedores relataram dificuldades para acessar ingressos em jogos anteriores, sugerindo problemas de logística por trás do assunto.
O clube, por enquanto, não deu detalhes oficiais. Internamente, dirigentes apontam fatores semelhantes aos das últimas partidas de grupos: menos interesse do torcedor, jogos em horários pouco atrativos e incerteza sobre classificação. Tudo isso pesa no bolso de quem pensa duas vezes antes de sair de casa para assistir a partidas que não prometem clima de decisão.
Mesmo assim, o técnico faz questão de manter o elenco afiado. Para o confronto desta semana, a formação principal deve seguir o 4-2-3-1, com Aragão no gol e Christian Barbosa no comando do ataque. Nomes conhecidos ficam de prontidão no banco, como Yannick Bolasie e Juan Dinenno — opções para dar novo gás caso a partida exija. A estratégia é clara: aproveitar ao máximo as peças disponíveis, especialmente num cenário de pressão onde cada ponto na Sul-Americana pode ser decisivo.
No fim das contas, a redução da expectativa de público reflete o clima de incerteza que paira sobre o futebol brasileiro em torneios continentais. A presença do torcedor azul é sentida — mas, neste momento, nem sempre será em grandes números dentro das arquibancadas do Mineirão.
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