Quando Hapag-Lloyd decidiu "ancorar" na maior feira de frutas e hortaliças da Ásia, o setor de logística percebeu que a maré está mudando. O anúncio, feito em 27 de agosto de 2025, confirmou que a companhia internacional de transporte marítimo terá estande no Hall 3, Booth 3F42, durante a Asia Fruit Logistica 2025Hong Kong, de 3 a 5 de setembro, no AsiaWorld-Expo. O que isso significa para quem importa, exporta ou distribui frutas frescas?
Contexto histórico: da colheita ao contêiner
Desde a sua primeira edição, em 2013, a Asia Fruit Logistica tem sido o ponto de encontro onde produtores, compradores e operadores logísticos alinham rotas, tecnologias e tendências de consumo. Em 2024, a feira recebeu mais de 20 mil visitantes de 80 países, segundo dados do organizador Asiafruit Magazine. Esse histórico de crescimento coloca o evento de 2025 como a vitrine definitiva para quem quer entender o futuro da cadeia fria na Ásia.
Para a Hapag-Lloyd, a decisão de marcar presença vai além de "exibir um estande". A empresa tem investido pesado em containers refrigerados com tecnologia IoT, capazes de monitorar temperatura, umidade e localização em tempo real. Essa aposta reflete uma demanda crescente por rastreabilidade, especialmente nos mercados premium de frutas como mangas, abacates e berries.
Detalhes da feira: seis pilares de negócios
A Asia Fruit Logistica 2025 está estruturada em seis áreas principais. Cada uma delas funciona como um mini‑evento dentro do grande hall, oferecendo painéis, demonstrações e oportunidades de networking:
- Fresh Produce: exposição de produtos sazonais e novos cultivares.
- Logistics & Supply Chain: debates sobre transporte, armazenagem e cold chain.
- Technology & Innovation: startups de IA, automação e smart packaging.
- Packaging & Sustainability: soluções eco‑friendly que reduzem plástico.
- Retail & Consumer Trends: insights sobre hábitos de compra pós‑pandemia.
- Business Development & Networking: speed‑meeting, matchmaking e workshops.
O Asia Fruit Logistica 2025 ainda contará com o ASIAFRUIT KNOWLEDGE CENTRE, que reúne o Congress, o Business Forum e o Showcase – espaços dedicados a pesquisas, debates de políticas públicas e exibição de inovações.
Participantes de destaque: Portugal no centro dos negócios
Entre os visitantes mais comentados estão Tomas Ferreira e Helio Ferreira, representantes da exportadora portuguesa Granfer. A empresa, que atua com frutas de caroço, abacates e peras, vê na Ásia um mercado de mais de 30 milhões de toneladas de frutas importadas anualmente. Segundo entrevista concedida à FreshPlaza, os Ferreiras pretendem fechar contratos de longo prazo com distribuidores de Hong Kong e de Guangzhou.
Além deles, executivos da Hapag-Lloyd apresentarão casos de uso de containers refrigerados que mantêm a qualidade dos produtos por até 30 dias a mais que soluções convencionais. "A temperatura constante é a garantia de que a fruta chega ao consumidor como se fosse colhida ontem", explicou o diretor de logística da empresa durante a coletiva de imprensa.
Extensão para a China: tours e encontros
Depois do grande show em Hong Kong, a programação segue para o continente. Nos dias 6 e 7 de setembro, o Guangdong Province será palco do CHINA STUDY TOUR e do AFL FRESH PRODUCE REEMOON GOLF CUP. O tour promete visitas a armazéns de frio, feiras regionais e fábricas de embalagens sustentáveis, enquanto o torneio de golfe combina networking com arrecadação de fundos para projetos sociais.
Em seguida, nos dias 8 e 9 de setembro, o Haizhu International Convention & Exhibition Center, em Guangzhou, receberá o CHINA MEET UP 2025. O encontro, organizado pelos produtores locais, tem como objetivo conectar líderes da cadeia de suprimentos com investidores estrangeiros, facilitando a entrada de novos produtos no mercado chinês.

Impactos esperados para o setor logístico
Especialistas apontam que a integração entre transporte marítimo de alta tecnologia e plataformas digitais apoiará a redução de perdas pós-colheita – atualmente estimadas em 10% a 15% para frutas sensíveis. Um estudo da Universidade de Hong Kong estimou que a adoção de sensores IoT pode cortar esse índice para menos de 5% nos próximos três anos.
Para a Hapag-Lloyd, a feira funciona como laboratório ao vivo. Cada contrato assinado, cada parceria firmada, alimenta o desenvolvimento de novas rotas diretas, especialmente entre portos de São Paulo, Lisboa e Shenzhen.
O que vem a seguir?
A expectativa é que, até o final de 2025, a empresa anuncie um serviço premium de "Cold Chain as a Service" (CCaaS), que incluirá monitoramento 24/7, garantias de temperatura e seguro contra variações climáticas. Enquanto isso, o mercado asiático continuará a buscar soluções que alinhem produtividade agrícola com exigências de sustentabilidade.
Principais fatos
- Data: 3 a 5 de setembro de 2025
- Local: AsiaWorld-Expo, Hong Kong
- Estande da Hapag-Lloyd: Hall 3, Booth 3F42
- Participantes notáveis: Tomas Ferreira e Helio Ferreira da Granfer
- Eventos subsequentes na China: CHINA STUDY TOUR, AFL FRESH PRODUCE REEMOON GOLF CUP e CHINA MEET UP
Perguntas Frequentes
Como a participação da Hapag-Lloyd pode beneficiar exportadores portugueses?
Ao apresentar suas soluções de containers refrigerados, a Hapag-Lloyd oferece aos exportadores portugueses, como a Granfer, a possibilidade de reduzir perdas pós-colheita e garantir qualidade superior ao chegar nos mercados asiáticos, o que pode resultar em preços mais competitivos e contratos de longo prazo.
Quais são as principais tendências de consumo apresentadas no evento?
Os especialistas destacaram a crescente demanda por produtos orgânicos, embalagens sustentáveis e frutas exóticas que chegam frescas graças ao aprimoramento da tecnologia de cadeia fria. Também houve foco em compras online e entregas rápidas.
O que os participantes podem esperar do China Study Tour?
O tour oferece visitas guiadas a armazéns refrigerados, fábricas de embalagens ecológicas e reuniões com importadores locais em Guangdong Province, proporcionando insights práticos sobre como adaptar produtos ao mercado chinês.
Qual a importância do ASIAFRUIT KNOWLEDGE CENTRE?
O centro reúne congressos, fóruns e showcases que permitem aos participantes acessar pesquisas recentes, debater políticas de importação e descobrir tecnologias inovadoras, criando um ambiente de aprendizado intensivo dentro da feira.
Quais são os planos da Hapag-Lloyd para 2026 depois da Logistica 2025?
A empresa sinalizou a criação de um serviço premium de "Cold Chain as a Service" (CCaaS), que incluirá monitoramento em tempo real, garantias de temperatura e seguro contra variações climáticas, visando atender o crescimento previsto da demanda por produtos frescos no mercado asiático.
A Hapag-Lloyd anunciou sua participação na Asia Fruit Logistica 2025, um evento que consolida a região asiática como polo de inovação em frutas frescas.
outubro 20A presença será no Hall 3, Booth 3F42, oferecendo aos visitantes a oportunidade de conhecer os novos contêineres refrigerados com IoT.
Esses contêineres monitoram temperatura, umidade e localização em tempo real, reduzindo perdas pós-colheita a níveis historicamente baixos.
Estudos apontam que a tecnologia pode cortar perdas de 10‑15% para menos de 5% nos próximos três anos.
Na prática, isso significa que exportadores portugueses, como a Granfer, poderão enviar mangas, abacates e berries com garantia de qualidade superior.
A cadeia fria aprimorada também abre espaço para contratos de longo prazo com distribuidores de Hong Kong e Guangzhou.
Além do Brasil, o evento reúne representantes de mais de 80 países, criando um ambiente de networking intenso.
As demonstrações incluirão casos de uso onde a temperatura constante assegura que a fruta chega ao consumidor como se fosse colhida ontem.
A presença da Hapag-Lloyd reflete um investimento significativo em sustentabilidade, pois a eficiência logística reduz a necessidade de descartes.
O Asia Fruit Logistica 2025 está estruturado em seis pilares, cobrindo desde produção até tecnologia e embalagem eco‑friendly.
O ASIAFRUIT KNOWLEDGE CENTRE adiciona ainda mais valor ao proporcionar congressos, fóruns e showcases de pesquisa avançada.
A Hapag-Lloyd planeja usar a feira como laboratório ao vivo para testar novas rotas diretas entre São Paulo, Lisboa e Shenzhen.
Espera‑se que até o final de 2025 a empresa lance o serviço Cold Chain as a Service, oferecendo monitoramento 24/7 e seguro contra variações climáticas.
Essa iniciativa pode transformar a experiência de importadores, garantindo preços mais competitivos graças à redução de perdas.
Em resumo, a participação da Hapag‑Lloyd sinaliza uma mudança de maré na logística de frutas frescas, beneficiando todos os elos da cadeia.
joao pedro cardoso